Um dado interessante disponível na plataforma Data/SUS revela que aos poucos os homens parecem compartilhar a responsabilidade do planejamento familiar. A vasectomia é um dos métodos que o casal pode escolher para controlar o número de filhos que deseja ter, e o Brasil observa aumento no número de procedimentos.
Em 2008, quando os primeiros dados foram disponibilizados digitalmente, foram realizadas 26 mil cirurgias. Em 2017, esse número saltou para 57 mil, um aumento de mais de 123%. São Paulo é, com folga, onde mais se realizam vasectomias no Brasil. Até julho de 2018, já haviam sido feitas quase 10 mil.
De acordo com o urologista Flavio Trigo, presidente da Sociedade Brasileira de Urologia de São Paulo (SBU – SP), o maior esclarecimento da população sobre o tema – que foi sempre cercado de muito tabu – contribui significativamente para esse aumento. “Era muito comum associar o procedimento à impotência sexual, redução do esperma e até câncer de próstata“, afirma.
O medo, como explica o médico, não tem fundamento nenhum, já que os nervos e vasos sanguíneos envolvidos na ereção não são afetados pela cirurgia. O procedimento apenas interrompe a passagem dos espermatozoides dos testículos para o pênis. O esperma produzido pela próstata e pelas vesículas seminais continua sendo ejaculado, só que sem as células reprodutivas masculinas.
Além do acesso à informação,outro ponto importante que contribuiu para que mais vasectomias fossem realizadas no Brasil foi a criação de um código de regulamentação para a prática. Para realizá-la, é necessário ter mais de 25 anos (se o homem for casado, também precisa da autorização da esposa) para o SUS, 35 anos para a rede privada ou ter no mínimo dois filhos. Com isso, tanto o sistema público quanto o privado são obrigados a cobrir a cirurgia.
Fonte: sbu-sp.org.br.
Disponível em: <http://sbu-sp.org.br/noticias/numero-de-vasectomias-aumenta-no-pais/>.
Acesso em: dezembro 2018.